Show hoje à noite comemora os 50 anos do cantor, morto em 1973
ANA PAULA ORLANDI
Um dos maiores ídolos da música popular brasileira. Evaldo Braga morreu prematuramente em 1973. Se estivesse vivo, estaria completando amanhã 50 anos de idade, tora lembrar a data, a banda lt's Only Evaldo Braga faz show de estréia nesta noite, resgatando os sucessos do "Ídolo Negro" - apelido que o cantor e compositor carioca ganhou do apresentador Chacrinha.
O evento é parte do projeto experimental de um grupo de alunos de Radialisimo do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais. Armando Atendes Filho. Frederico de Oliveira. Cristiano Abud e Rodrigo Orasmas estão produzindo um videodocumentário sobre a vida e a carreira do artista. O quarteto elabora também uma página na Internet. trazendo informações sobre Evaldo em seis idiomas.
Da equipe do projeto experimental. apenas Frederico participa da banda. "O restante do grupo não leis vocação para música e o Fred optou por chamar amigos músicos'. diz o saxofonista Marcelo Rocha. Além de Marcelo, o grupo é composto por Valter Júnior (teclados), Adilson Xiló (bateria), Leandro Silva (guitarra), Mike Ryan (trumpete). Marcelo Mastur (locução e performance) e Torino Braga (vocal).
A idéia do projeto nasceu da admiração dos estudantes pelo trabalho do cantor. 'Fiz estágio na rádio Inconfidência e lá descobri o 'fino do brega. o Evaldo é o mais 'fino' deles', diz Frederico de Oliveira. "O cara diz as coisas na lata, sem meias palavras".
O universitário diz que o repertório do show reúne 17 canções. 'Escolhemos as músicas compostas pelo próprio Evaldo. como 'Sorria. Sorria e 'Eu Não Sou Lixo'. que são as mais marcantes". aponta. "Procuramos Preservar os arranjos originais. mas os naipes de cordas e metais não vão estar completos".
Intérprete de Evaldo Braga na banda. Frederico elogia os arranjos das canções do ídolo Negro'. "Além de ter produzido discos do Evaldo. o Waltel Branco trabalhou também com Tom Jobim e João Gilberto". afirma.
Para elaborar o vídeo, a equipe está colhendo depoimentos dos fãs. "Até agora não conseguimos localizar fã-clubes e até pensamos em fundar um". diz Frederico. 'Os fãs apontam que o Evaldo deixou uma lacuna na música popular romântica que e Roberto Carlos não conseguiu preencher".
Além dos ticies. o grupo pretende entrevistar Osmar Navarro e Jairo Pires (executivos de gravadoras nos anos 70 e que incentivaram a carreira de Evaldo Braga), hem como amigos e familiares do artista.
Localizar informações sobres ídolo Negro" não é tarefa fácil. Frederico afirma que a própria Polygram. gravadora que detinha o passe do artista, não está preocupada em divulgar o trabalho de Evaldo Braga. "Até hoje só saíram duas coletâneas e são muito mal distribuídas", diz. "Mesmo assim, os vendedores das lojas dizem que os que discos chegam e somem rapidinho. pois muita gente ainda ouve o Evaldo".
Campeão de vendas
No final dos anos 60 e início dos 70. o "Ídolo Negro" era um dos campeões de venda no Brasil. Em 1972. Evaldo foi o artista que mais vendeu discos pela Polygram. "Foram 500 mil cópias. um número bastante expressivo para a época". diz Frederico.
Ele morreu no auge do sucesso. Foi em janeiro de 1973. quando voltava de um suou' nu eine JR, no bairro Eldorado (Contagem/MG). O TL que Evaldo conduz.a em alta velocidade pela BR. 0,10 bateu em uma carreta. O artista e seu empresário morreram na hora, provocando comoção nacional. "As rádios brasileiras celebraram missa em homenagem", lembra o radialista Roberto Santos. uin dos últimos a entrevistar o cantor.
Depois de passar a infância e adolescência na Feben do Rio de Janeiro. Evaldo foi cozinheiro. engraxate e divulgador do cantor Lindomar Castilho.
Seu primeiro sucesso foi 'Eu Só Onero'. quando foi artista revelação do programa "Cassino do Chacrinha". no qual participava também como 'Cantor Mascarado".